Projetos

MEMÓRIA TRABALHO, PAISAGENS URBANAS: Representações da cidade e de seus trabalhadores na cultura visual brasileira da primeira metade do século XX

Andréa Casa Nova
  • Status: Finalizado (2009-2012).

O projeto tem como objetivo estudar como diferentes categorias de trabalhadores eram captadas pelo olhar de pintores, gravuristas, desenhistas, fotógrafos, e demais produtores das manifestações visuais no Brasil na primeira metade do século XX. As experiências e culturas distintas destes artistas acabaram por construir uma visão não homogênea deste grupo, na época ainda em formação no Brasil. Construíram uma visão múltipla e complexa repleta de significados e desdobramentos político-sociais que interessa ao historiador social preocupado com as representações sociais presentes nestas obras.

Esta, somente uma problemática inicial de pesquisa que procura os múltiplos aportes visuais na busca de uma melhor compreensão sobre o mundo do trabalho no Brasil e nas novas propostas de cidade, civilizadas e ordenadas , condizentes com o ideário advindo da proclamação da República em nosso país e, no caso específico dos frementes anos 20 e do movimento modernista, como esse mundo do trabalho foi representado pelas elites intelectuais e artísticas, bem como pelos artistas populares que também foram redescobertos pelo próprio Modernismo.


Cidades submersas: paisagem, História e memória das enchentes no Rio de
Janeiro e em Buenos Aires no século XX (décadas de 1900 a 1970)

Andréa Casa Nova e Lise Sedrez
  • Status: Finalizado (2011-2017).

O projeto tem por objetivo estudar o desenvolvimento da relação entre cidade (Estado e sociedade civil) e natureza no Rio de Janeiro e em Buenos Aires entre a primeira década do século XX e a década de 1960, através da sua memória oficial e memória popular. Para isso, revisitaremos as transformações estruturais realizadas nesses dois polos latino-americanos, identificando nas reformas urbanas mais marcantes as interferências no ambiente natural. Dentre tais interferências focalizaremos as enchentes, processos naturais dos rios, que, devido às alterações urbanas e ao rápido crescimento populacional, tornam-se desastres cada ano mais catastróficos.


Dicionário o movimento operário em Minas Gerais

Andréa Casa Nova
  • Status: Em andamento (2008-).

Trata-se de um projeto regional de pesquisa sobre as principais instituições e biografias operárias na Primeira República em Minas Gerais. O projeto está integrado ao Dicionário do Movimento Operário de âmbito nacional que está sendo feito por outras instituições e pesquisadores de outras regiões do país, sob a coordenação geral do Professor Cláudio Batalha (Unicamp).


História e Imagem em Eu sei tudo(Brasil) e Je sais Tout (França): sobre a circulação de ideias e a cultura visual em duas revistas ilustradas na primeira metade do século XX

Andréa Casa Nova
  • Status: Em andamento (2014-).

A revista Eu Sei Tudo começou a circular no Brasil em 1917 e teve sua publicação encerrada em 1958. Eu Sei Tudo estava integrada à realidade urbana do Rio de Janeiro e era composta de artigos, contos, romances, ilustrações e propagandas. Sua inspiração talvez tenha sido a revista francesa Je Sais Tout, que circulou entre 1905 e 1939. Uma característica marcante da revista brasileira era a grande quantidade de propagandas que apresentava, com destaque para os reclames direcionados ao público feminino, como produtos para o lar. Também eram publicados artigos de moda e cuidados com os filhos, função destinada, sobretudo, as mulheres neste período. Dessa forma, a revista Eu sei Tudo possuía muitos elementos de uma revista feminina, buscando-se nas capas e nas fotografias de mulheres o ideário da mulher moderna. No entanto, conforme será visto, não podemos restringir o público leitor, pois a variedade de temas tratados aponta para uma diversificação do público, seja do ponto de vista do gênero, seja do ponto de vista das classes leitoras.

Este projeto procura discutir o papel da revista na propagação de determinados padrões de comportamento para a sociedade brasileira na Primeira República, com ênfase na circulação de ideias, suporte de memória e formação de opinião pública e sensibilidades sociais, já que iremos compará-la com a revista de mesmo nome publicada na França. Analisaremos as características da revista em sintonia com às transformações da imprensa da época e o papel da imagem, não só de propaganda, mas de charges, caricaturas, reproduções de pinturas de arte e outras ilustrações. Eu sei tudo, assim como os almanaques e outras revistas ilustradas publicadas na Europa e no Brasil, contribuíram na produção de formas de vida, estilos, modos, gestos em geral. Trata-se de um discurso que modeliza a cultura, que, junto com outros sistemas semióticos, configura o perfil da sociedade urbana da época –a civilização capitalista-industrial moderna. Testemunha de um tempo, a revista afirma sua dimensão cultural.